'Nos Silêncios onde me sento' (Paulo Martins, 2021) - PDF Flipbook

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O Murro de Berlim

Paulo Martins

NOS SILÊNCIOS ONDE ME SENTO

1

Ricardo Antunes

Nos Silêncios onde me sento
por Paulo Martins
(2021, projecto final, 16 páginas)
Formadora: Carlota Gonçalves

2

Nos Silêncios
onde
me
sento.



Momento I
Não-Silêncios…

Momento II

Que máscara me veste?

H I P N O S E.
No centro do quadro negro, a espiral branca lança-me para o
vórtice. Observo-a. O derrame. O abandono...

H I P N O S E.
O enjoo deste rodopio traz-me os caminhos que me arremessam
na fragmentação de espelhos-outros

eu
tu
ele
nós
vós
eles.

Interrogo-me. Quem sou neste labirinto-silêncio que tantas
vezes

me submerge
me esconde
neste silêncio que

me cerca
me acovilha

me sorri
que tantas vezes

me fragmenta em atalhos-corpo

que não mais encontro?

H I P N O S E.

Desnudo-me na ilusão de mim próprio. Quimeras que se desejam
desfeitas. E a espiral cospe-me para a realidade dos traços
descontínuos das estradas percorridas na noite. As luzes
encandeiam-me, o reflexo no retrovisor cega-me. Radares. A
lentidão torna-se insuportável.

H I P N O S E.

As sirenes iluminam as vidas dos que já não são, depois de
compreenderem o fim numa árvore despedaçada pela
vvvvvvvvvvvvelocidade nascida numa garrafa que jaz num
balcão manchado de um sangue futuro. Memórias. Uma fotografia
cheia de lágrimas que me projeta para o desconcerto de uma
procura infindável de um barco por navegar, de uma viagem
sussurrada nos teus lábios onde me perco. E abomino-me porque
sinto em mim os defeitos que te deformam, que te escurecem.

O

rasto

do navio que me a

b

a

n

d

o

n

a

.



Momento III
Ser-Silêncio

Janelas. Estas.

É através delas que
testemunho a Vida que se
respira lá fora.

(As nuvens correm)

Um pássaro metálico
desenhou

,



Também tu

me olhas. me olhas.

Dizes



E amo-te...

Cavalgo um arco-íris
enquanto me deixo envolver

no abraço
da tua mão.

O chilreio da grande árvore
cessa. O papagaio de papel que

voa
voa
voa

desaparece. Deixo-me embalar
nas letras deste livro-alma.

Também aquela mãe o faz ao
pequeno ser que segura nos
braços.
Embarco no fumo da vela que se
apaga.

Um violino chora.

H I P N O S E.
O silêncio. Puro. Ingénuo.
Ou quando os sons que nos rodeiam apaziguam.

O Murro de Berlim
3

Ricardo Antunes
4


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